É difícil para o torcedor, pródigo em projetar sua autoimagem em um time de futebol, aceitar que o Avaí não luta pelo acesso à série A de 2015. Se haverá o milagre da transformação dessa água de barrela que é hoje o amontoado que enverga o manto azurra em um vinho de primeira qualidade após o recesso da Copa do Mundo, essa é uma variável possível, embora um tanto quanto desacreditada.
Numa derrota que decretou a perda do selinho de 100% de Raul Cabral, o Avaí novamente entrega três preciosos pontos dentro de casa, não dá sequência à boa vitória diante do Náutico e se firma como postulante permanente ao bloco intermediário da tabela da série B.
Aliás, o treinador avaiano descobriu da pior maneira possível que mistério (na escalação) não só não ganha jogo, como não faz um amontoado de homens se comportarem como um time. Vágner errou mais uma vez, Pablo e Antônio Carlos são garantia de fortes emoções, Cleber Santana não sabe o que quer da vida e atacantes não temos.
As substituições forçadas de Júlio César e Paulo Sérgio prejudicaram os planos traçados para a noite de ontem. Se Eduardo Costa entrou fazendo relativamente bem o seu papel no setor da meia e não causando traumas nesta substituição, o mesmo não pode ser dito da atuação de Roberto, completamente inoperante em sua função de atacante. Ele e Héber cansaram de desperdiçar boas oportunidades de gol e não fazem por merecer a confiança da torcida.
Entretanto, a grande bobagem de Raul Cabral ainda estava por acontecer. Ao sacar Tinga, o melhor jogador em campo, para a entrada de Marquinhos, desarticulou o meio de campo e passou recibo de realmente precisar aprender mais para assumir o comando técnico de uma equipe. Foi legal, teve nosso apoio, mas não há mais tempo para apostas. Que o Avaí se coce para trazer um comandante que não se permita ser engolido por um elenco aparentemente incomandável.

2 comentários:
É uma bosta de time sem qualquer referência. Temo que nenhum técnico seja capaz de dar um jeito nisso.
A impressão é a mesma de alguns jogos atrás: Não tem ânimo para aquele chute, aquele último esforço, aquele fôlego. Mas o desânimo é geral, o cenário é devastador. Não ouvi mais sobre salários atrasados, mas creio que a situação não mudou. Sem jogos expressivos, não há apoio, não há torcida; Se não há apoio nem torcida, não há renda ou patrocínios. Como ficam os salários daí? Não precisa ser gênio pra sacar que é um círculo vicioso muito perigoso. A bruxa anda solta pelo Carianos...
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