O que o Avaí faria com R$ 170 milhões?

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Todo mundo de olho arregalado no novo técnico da seleção brasileira, o midas que poderá salvar o futebol brasileiro do buraco onde a Alemanha o jogou, e esquecendo que o nosso maior problema tem residência fixa nas salas administrativas dos nossos clubes. É ali, de maneira servil e conservadora, que as mazelas no esporte número um do país têm continuidade.
Já se falou à exaustão sobre a tendência de espanholização dos campeonatos estaduais e nacionais, com clubes de maior torcida recebendo quantias milionárias em detrimento dos "pequenos" que lhes servem de sparrings. No final das contas, salvo raríssimas exceções, são os "grandes" que disputarão o caneco.
Essa quantia no título do post, os R$ 170 milhões, é o valor a ser recebido pelo Flamengo apenas de cota de TV para a temporada 2014 do Brasileirão. Os outros clubes, como Chapecoense e Criciúma, receberão quase nove vezes menos, algo em torno dos R$ 20 milhões, e terão que se desdobrar para fazer frente ao seu primo rico carioca.
O Avaí, que vem de alguns anos de má administração e ainda devendo salários e 13° de 2013, receberá da Globo ridículos R$ 3 milhões por sua participação na série B. Divididos pelos sete meses da competição, chegamos a uma ajuda de custo de R$ 430 mil mensais. É praticamente a folha só do seu departamento de futebol. A ironia é que nesse exato momento o Leão da Ilha está mais próximo da série A de 2015 que o Urubu marrento, atualmente na Z4 da primeira divisão.
Disponibilizar fortunas para clubes que ainda não aplicam os mais rudimentares conceitos de administração é um perigo. Por isso o Avaí, que peleia com seus problemas financeiros e espera conquistar o acesso nesse ano, precisa continuar atento as melhores práticas de gestão do futebol. Nilton Macedo deve incentivar seus colaboradores a olharem para Europa e América do Norte a fim de se prepararem para gerir esse monumental desequilíbrio presente no futebol brasileiro.
Mas respondendo a pergunta inicial e imaginando aqueles R$ 170 milhões no caixa da Ressacada, por certo Chico Lins sairia desarvoradamente mundo à fora atrás de pelo menos um centroavante. Que não fosse Fred e Jô, mas que vez por outra conseguisse balançar a rede adversária.

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