As duas fênix do Avaí

Se tem um jogador que sabe jogar para a torcida, esse é Marquinhos. E se a expressão anterior não está entre aspas é porque não há nenhum tom de ironia nela. Dentro de campo o galego é, em condições normais, o cara que já fez e pode continuar fazendo toda a diferença pró-Avaí.

Mas essa virtude transcende o tapete verde e envereda para sua facilidade de interatividade com a nação azurra. Suas entrevistas são uma bênção emocional para a torcida e um oásis de conteúdo para os repórteres, haja vista a pobreza de atitude que abunda nos boleiros brasileiros. Como dizem os setoristas, com ele não tem entrevista ruim.

A última de Marquinhos foi se aproveitar do bom momento logo após a vitória diante do icasa na distante Juazeiro do Norte para soltar nos microfones: "Prepara que a fênix vem aí". É ou não é um monstro midiático? O torcedor avaiano vai ao delírio com frases desse tipo e eu, particularmente, acho um grande barato o 10 da Ressacada dar declarações ufanistas bem ao gosto popular. Sim, há uma boa dose de jogo de cena nisso tudo, mas também pode ter uma grande verdade incubada sem a gente saber. E se o Avaí realmente renascer das cinzas, se voltar para a briga depois da Copa, já pensasse?

Mas antes disso é ele próprio, Marquinhos, e também Cleber Santana, seu companheiro de setor de criação, que têm que mostrar que essa é uma missão possível. Não são nem sombra do que já foram num passado logo ali atrás, mas por certo não desaprenderam a arte de jogar bola. Ou ambos renascem, levantam dos "mortos" como Lázaros modernos, ou periga ficarmos apenas nas entrevistas positivistas com efeito de placebo. E isso ninguém merece mais.